Era uma vez duas meias.
Na verdade, mais que
duas meias, eram um par.
Uma delas, azul. A
outra, também.
Ambas, de um azul
celeste...Ou quase isso.
Acontece que uma das
meias- e aí pouco importa qual das meias seria, já que eram meia e meia; meias, as duas.
Voltemos então:
acontece que uma das meias, era meio verde. Azul, sim, azul era a
meia.
Mas também meio verde a meia era.
À outra meia, a que
não era meio verde, mas totalmente azul, perguntavam: não acha meio estranho, meia? Sua companheira assim, meio azul, meio verde. Isso não é coisa de meia azul. Isso é meio verde, meia.
Assim como o povo, as meias falam. E por vezes as meias são meio preconceituosas, quando o assunto é meia... e cor de meia - cor é coisa que atormenta as meias - é meio estranho, eu sei, afinal, todas elas meias são . Mas, fazer o quê, se outro meio não há?
A já citada meia, meio
confusa ficava; meio preocupada a meia, e se perguntava:
Uma meia, meio verde, e
nem tão azul, menos meia azul seria?
Teríamos uma meia a
menos, pensou, meio triste...
Mas, ora, que importa,
sendo mais azul ou menos verde, mais verde ou menos azul, nada a
menos haveria, nem uma única vírgula a menos, e as dúvidas foram
ficando mais amenas.
Meia e meia, então,
compraram uma tinta amarela, à meia, e tingiram-se, em singela
cerimônia, só para os de seu meio.
E assim, fizeram um par
a mais... e um problema a menos.